A sucessão do governador Jerônimo Rodrigues está no centro de uma delicada disputa política. O PT busca uma chapa puro-sangue, mas esbarra na resistência do PSD, partido-chave da base aliada e presidido na Bahia pelo senador Otto Alencar.
A pretensão do PT de ocupar as duas vagas no Senado, com
Jaques Wagner e Rui Costa, tem gerado desconforto.
Ao evitar comentários diretos sobre o tema, Otto sinaliza
que a solução pode estar em negociações fora daqui, dando a entender que um
ministério para Angelo Coronel, por exemplo, poderia ser a moeda de troca para
apaziguar os ânimos.
Enquanto o PT insiste em uma chapa puro-sangue, o PSD,
liderado nacionalmente por Gilberto Kassab, observa a movimentação com
interesse. Kassab, aliado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas
(Republicanos), pode usar o impasse na Bahia para justificar um apoio do PSD a
Tarcísio na eleição presidencial de 2026.
Com 51% dos baianos desaprovando o governo Lula, segundo
pesquisa Quaest/Genial, o partido não pode se dar ao luxo de escantear os
aliados, principalmente os de longa data.
O PSD é o fiel da balança na Bahia, e
sua eventual ruptura com o PT pode converter as chances de um segundo mandato
de Jerônimo Rodrigues em um verdadeiro tiro no pé.
A aliança com o PSD não é apenas uma questão de
conveniência, mas uma necessidade política. A sucessão na Bahia é muito mais do
que uma disputa local. Ela reflete desafios e estratégias que sem dúvida
tomarão proporções nacionais.
Texto-base escrito por Marco Wense