Temporada começa em junho e segue até setembro |
A temporada das baleias chegou! Em Ilhéus, um evento será realizado no próximo domingo (16), no Jardim Atlântico Beach Resort, das 9h às 17h, para promover o início da temporada de avistamento desses mamíferos e o turismo de observação de baleias, reconectando as pessoas com o oceano. Para falar sobre os assunto, o programa O Tabuleiro, da rádio Ilhéus FM, recebeu nesta quarta-feira (12), no estúdio, a bióloga e coordenadora do projeto Baleias da Serra, Isabel Gonçalves, e a bióloga da Ecosul Turismo, Alice Lima. O projeto Baleias da Serra monitora há 11 anos as baleias jubarte que vêm para a
costa de Ilhéus, Itacaré e Serra Grande. Vila Nova perguntou se o número de baleias aumentou nesse período. "De 2014 até o ano passado, o número de baleias quadruplicou. Elas vêm agora a partir de junho para a costa brasileira para acasalar, dar à luz e amamentar seus filhotes durante o inverno. Em Serra Grande é possível ver em média 14 baleias por hora. Em 2014, eram 3 por hora. No pico da temporada, que ocorre no final de agosto e início de setembro, já foi possível avistar 30 por hora. Vamos ver agora com essas mudanças climáticas se isso vai impactar ou não", disse Isabel.A bióloga disse também que estudos estimam que o número de baleias que vêm para a costa brasileira nessa época do ano está em torno de 25 mil. "Em nossa região, em 2022, o monitoramento apontou a 1500 baleias aproximadamente. Elas vêm para descansar, amamentar, ensinar os filhotes a respirar. Com um mês, eles começam a imitar as mães", acrescentou.
Segundo Isabel, a região entre Ilhéus e Itacaré é muito especial, por conta da plataforma continental mais estreita. "A média aqui é de 10 a 15 km. Temos uma menor área com profundidade baixa. As baleias vêm procurar águas mais tranquilas, menos profundas, por causa dos filhotes para ficar mais perto da costa. Isso faz com que a nossa região seja muito especial. A gente vê as baleias da areia em Serra Grande. É possível ver em alguns casos sem o equipamento e fica mais fácil ver dos barcos", disse.
Vila Nova quis saber qual a distância em que um barco pode se aproximar das baleias. "Tem uma legislação que delimita cem metros em grupo, e colocar o motor no neutro. Diminuir o barulho. Elas vão saber que o grupo está lá. Se elas quiserem, elas vão chegar mais perto. Se não, vão se afastar ou ficar no lugar onde elas estão. A gente não pode chegar do lado com o motor ligado. E quando for ligar de novo, tem que ter muito cuidado para o aumento do ruído não ser muito forte e impactante", explicou.
Uma baleia tem entre 14 e 16 metros e a identificação de cada uma é por meio das nadadeira caudal. "A gente tem a nossa digital, né? As baleias são identificadas pela nadadeira caudal. Cada uma tem a sua específica. Então é dessa maneira que a gente distingue as baleias. Quando fazemos passeio e pesquisa, nós sempre tentamos fazer o registro das nadadeiras. E existe uma plataforma online que todo mundo posta as fotos. A partir daí, a gente consegue cruzar as fotos do mundo inteiro. Tem um mecanismo de comparação. Já aconteceu de ver baleias que estavam em Madagascar, no Gabão", disse Isabel.
A bióloga Alice Lima falou sobre o turismo de visitação de baleias, que acontece entre os meses de junho e outubro. Segundo ela, a taxa de sucesso nos avistamentos é de 95%. A visitação é permitida para todas as pessoas que pesem mais de 25 kg. "O maior pico é entre agosto e setembro. As viagens também são programadas. Muitos turistas nos procuram para saber quando é o maior pico e acabam já agendando bem antes", disse.
Alice aproveitou para convidar a população para o evento de abertura da temporada das baleias, que vai acontecer no próximo domingo (16). "Será um evento diurno no espaço verde do Jardim Atlântico, aberto ao público e gratuito. Serão oferecidas atividades para crianças, como contação de histórias, e para adultos, como palestras e documentários" declarou. O tabuleiro